Espanha é uma das regiões com mais tradição ao nível da produção de vinho e segundo dados do “Wine Institute”, em 2009, era o terceiro maior produtor mundial, atrás de França e Espanha, com 3,8 mil milhões de litros produzidos, embora apresente uma queda de produção quando comparado com 2006 superior a 10 por cento.
À semelhança de outras realidades, foram os romanos os responsáveis pela plantação de vinhas e produção de vinho em massa no solo espanhol embora hajam vestígios relacionados com o vinho ainda antes do tempo do Império Romano. Tirando partido do clima temperado, a comercialização do vinho espanhol, especialmente vinhos doces conheceu forte crescimento graças ao carácter mercantil dos fenícios que comercializavam o vinho espanhol um pouco por todos países mediterrânicos, eles fenícios, que controlaram a Espanha no século III Antes de Cristo.
A produção de vinho e o cultivo de novas vinhas conheceram desenvolvimento no tempo da presença dos Árabes na Península Ibérica mas foi no tempo dos Descobrimentos em que Portugal e Espanha dividiram o mundo em dois que o a produção e comercialização de vinho espanhol conheceu grande evolução à boleia da descoberta da América por Colombo, das conquistas espanholas na América do Sul entre outras possessões conquistadas à volta do mundo.
Mas não foi só escoando o seu vinho para as suas extensas colónias que o vinho espanhol ficou na história, também ficou na história pelo facto de ter resistido melhor à peste da Filoxera que assolou a Europa Ocidental e perante a massiva devastação que ocorreu em França, houve um claro investimento dos produtores franceses em Espanha, nomeadamente na região “Rioja”.
Esta situação resultou numa modernização das técnicas de manutenção e de produção utilizadas, numa maior riqueza e diversidade das variedades de uvas e num claro aproveitamento do savoir-faire dos experientes produtores de vinho estrangeiros, nomeadamente os produtores franceses. Foi neste época, segunda metade do século XIX, que o Marquês de Murrieta criou a primeira destilaria e iniciou a exportação de vinho para as colónias espanholas. Apesar da crescente importância da produção de vinho em Espanha, a produção de vinho conheceu sério revés com a Guerra Civil Espanhola e Segunda Guerra Mundial.
Mas na segunda metade do século XX, o vinho espanhol conheceu novo progresso graças às exportações e demanda por parte da classe média espanhola e a isso não é alheio ao grande investimento em vias de comunicação, infra-estruturas que a Espanha conheceu nos últimos 60 anos e é de notar que houve uma profunda modernização de técnicas e formas de produção de vinho de modo a competir internacionalmente e isso acentuou-se com a adesão da Espanha à Comunidade Europeia, em 1986.